Resistência Zulu

08/04/2022

André Felipe Grzebelucka é graduando em História pela UNICENTRO, Campus Santa Cruz.

Baraque Belemer Santos é graduando em História pela UNICENTRO, Campus Santa Cruz.


Formado a partir da ascensão do rei Shaka, o Império Zulu surgiu basicamente após uma "junção" de outros grupos. Logo, são lembrados por serem povos guerreiros, entre os quais os conflitos faziam parte das suas vivências, além de que também são uma maioria étnica na África do Sul e acabam ultrapassando esses limites geográficos habitando em outros territórios africanos e assim formando o que chamamos de "nação zulu".

Desse modo, antes da chegada do homem branco, a "nação zulu" passou por um planejamento idealizado pela mente de Shaka, de tal modo que, ao subir ao poder e unificar um grupo, Shaka com a herança guerreira focou em modos de fortalecer seu povo para novas conquistas. Assim o rei se mobilizou para executar uma reorganização no exército e no poderio militar, a fim de renovar a nação.

Tanto a reorganização militar como a característica guerreira são fatores que influenciam no entendimento do que é Resistência Zulu. Tudo isso, devido ao fato de que, por resistirem contra as invasões imperialistas dos bôeres (desde o século XVIII) e britânica (no XIX) ao sul da África, os zulus então são "percebidos" pelo homem branco, justamente devido a organização militar que fazia com que houvessem mais derrotas por parte dos europeus.

Como dito, um marco importante para esse povo está na chegada dos primeiros brancos no início do século XVIII, fator que mexeu com as estruturas do reino zulu estabelecido. Contudo, mesmo com as questões desequilibradas, inicialmente existiram acordos entre os britânicos e o rei Shaka para apaziguar a situação, iniciativa que acaba não obtendo tanto sucesso, visto que, essa relação não se torna suficiente para impedir as invasões britânicas e resultando em apenas mais conflitos entre os povos, nos quais geralmente, os vitoriosos eram os zulus.

As constantes vitórias do povo zulu firmaram uma enorme comoção e desonra na Europa, o que incentivou cada vez mais os reforços por parte da coroa para travar novas batalhas contra esses nativos, buscando "recuperar a honra" e continuar com o processo expansionista. Dessa forma, todo o embate enfim resultou em uma vitória para os britânicos que por meio de uma estratégia específica qual conseguirem atacar os guerreiros zulus em um momento em que eles se recuperavam da batalha de Isandlhawana, marcando o primeiro ato do processo de invasão e expansão do império britânico de maneira mais agressiva contra os zulus, assim registrando na historiografia como início da "guerra Anglo-Zulu", na metade do século XIX.

Todo esse conflito foi narrado por Ian Knight (1995). Com a derrota do último inkosi (rei) Zulu independente, o reino se fragmentou, mas sua cultura continuou existindo, por ser um povo com costumes poligâmicos, uma cultura em relação a remoção do prepúcio, a importância e o papel de um líder dentro daquela sociedade e, principalmente, existindo uma forte disseminação das danças zulus, sendo uma forte identidade da cultura desse povo, sendo utilizado principalmente em cerimônias, existindo variações para situações diferentes até a atualidade.


© 2018 PROJETO ÁFRICAS.
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora