Independência da Argélia
Vinícius Favarin é graduando em História pela Unicentro, Campus de Coronel Vivida.

Esse verbete tem como objetivo descrever resumidamente como se deu o processo de independência argelina, com base no texto 'Solidariedade Internacional' - A Revolução Argelina e os Movimentos Anticoloniais (MPLA, FRELIMO e PAIGC) e Antifascistas (FPLN), de Diogo Silva Cancela. Suas fontes são documentos achados em bibliotecas e acervos portugueses, assim como livros e documentos digitais, como artigos.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo viu várias colônias se rebelarem contra suas respectivas metrópoles com o objetivo de se tornarem livres. Um desses conflitos foi a Guerra de Independência da Argélia, colônia até então francesa na qual se viu o crescimento de um movimento nacionalista, com a criação do AML (Amigos do Manifesto e da Liberdade) apoiado pelo PPA (Partido Popular Argelino).
Aproveitando o enfraquecimento do Império Francês devido aos embates na Indochina e Tunísia, os argelinos perceberam que também poderiam fazer frente aos franceses e se libertar da metrópole, principalmente após vencerem os alemães na Segunda Guerra, o que gerou um sentimento nacionalista de poder nos africanos.
A Argélia, nesse período pós-guerra estava basicamente dividida em dois grupos, os "pied-noirs", argelinos descendentes de europeus, e os muçulmanos, naturais da região. Essa divisão era marcada pelos próprios grupos, que se segregavam culturalmente uns dos outros. Somado ao fato de que a colônia apresentava péssimos índices econômicos e sociais, com elevada pobreza, falta de recursos e baixa industrialização, essa segregação gerou revolta em alguns grupos nacionalistas locais, que se uniram em uma Frente Nacional Libertadora (FNL), fundada por Ahmed Ben Bella com o objetivo de tornar a colônia independente.
A FNL encontrou resistência, porém, por parte de outro grupo nacionalista que era contrário à independência. A Organisation Armée Secrète (OAS), movimento composto majoritariamente por descendentes de europeus que se sentiam ameaçados com a possível independência e, reivindicava a permanência da posse da colônia aos franceses. As duas partes juntamente com o exército Francês, travaram um conflito sangrento que durou cerca de oito anos e só teve um desfecho nos acordos de Évian. Neles, ficou acordado entre representantes da França e do Governo Provisório da República Argelina que haveria o cessar-fogo e, em troca, a colônia passaria por um processo de independência gradativa. Os acordos são aceitos por 91% da população da metrópole e 99% da população argelina, e, em 1962, o presidente francês Charles de Gaulle reconhece mundialmente a Argélia como um país independente.
Esse verbete pode ser introduzido na sala de aula em vários assuntos da História contemporânea, como o movimento anticolonial africano, assim como tema da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria.
REFERÊNCIA:
CANCELA, Diogo Silva. "Solidariedade Internacional" - A Revolução Argelina e os Movimentos Anticoloniais (MPLA, FRELIMO e PAIGC) e Antifascistas (FPLN). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, 2014.